Perspectivas nos setores de varejo, alimentos e bens de consumo para 2019

Um alívio para empresários, produtores e consumidores no geral.

Mais que previsões otimistas, especialistas nos setores pesquisados preveem que a retomada do crescimento econômico esteja diretamente ligada a estabilização do consumo – que esteve em estagnação até meio de 2018.

Porém, existem dois sinais vermelhos que empresários dos setores de alimento, bens de consumo e varejo precisam estar atentos.

Até Setembro foram só incertezas

Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística)  na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), mostram que o faturamento real dos dez segmentos que compõem o chamado comércio varejista ampliado apresentou queda de 1,5% em Setembro, na comparação com o mês anterior, já descontados os efeitos sazonais.

O chamado “mercado varejista ampliado” é o que inclui na sua listagem, além do varejo em geral também as vendas do comércio automotivo e das lojas de materiais de construção. Por este motivo, traz em seus relatórios um espectro amplo do comportamento consumidor em determinado período.

Foi o mês mais fraco do varejo desde Maio, quando as vendas desabaram 4,9% em decorrência da greve dos caminhoneiros. Mas, apesar da desaceleração no ritmo das vendas o varejo caminha para o segundo ano de expansão no seu faturamento real, aponta a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A entidade verificou que o ritmo de crescimento até o fim do ano certamente foi menor do que o da primeira metade de 2018, quando foi registrada alta de +5,4%.

Ainda assim, a projeção de crescimento das vendas se concretizou a um ritmo de 2,4% em relação à segunda metade de 2017.

Para 2019, a projeção é de aumento de 5,2%. A mesma pesquisa feita em 2017 para 2018 apontou um provável avanço de vendas em torno de +4,0% em relação ao ano anterior. Portanto, se todas as previsões se concretizarem, estamos realmente indo em rumo certo ao crescimento tão aguardado.

Para as famílias: a retomada do poder de consumo

A liberação dos recursos do FGTS  (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) ajudou, mas a volta do consumo das famílias não aconteceu somente por causa dele, retornou de verdade e é o que deve sustentar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nesta fase inicial da retomada.

A expectativa é de que o nível de consumo das famílias retorne aos índices de 2014 (último ano de crescimento) até 2019. Parece distante, mas o fato é que ninguém previa esta volta antes de 2020.

Segundo Rodolfo Margato, economista do banco Santander:
“Achávamos que a retomada seria liderada pelos investimentos, mas isso não vai acontecer porque a ociosidade está elevada. O que vamos ver é uma recuperação gradual com os investimentos das famílias à frente. O FGTS ajudou, mas temos de fato um aumento da renda disponível das famílias devido ao recuo da inflação, queda dos juros e uma tendência de alta da confiança (o emprego parou de piorar)”,

O resultado é que as empresas dos segmentos mais beneficiados nesse processo são estimuladas a adotar estratégias mais pró-ativas: abertura de lojas, novos turnos de produção nas indústrias voltadas a bens de consumo e também  contratações são algumas das ações que devem ficar mais evidentes no ano que vem.

A recuperação dos setores de alimentos, varejo e bens de serviço é notória

Os dados estatísticos não mentem: a recuperação é ampla, em determinados setores até apresenta folga se comparada a 2017 e não pretende parar.

No entanto, dois sinais vermelhos estão acesos em todos estes mercados e para eles precisamos dar total atenção.

Sinal 1) As projeções para 2019 são baseadas em 2017 e 2018

Previsões feitas por economistas em realidade refletem apenas o passado das ações tomadas durante o ano.

Ilustrando figurativamente: As opiniões geradas sobre o comportamento dos setores de consumo no Brasil podem ser comparadas a um gráfico simples, diário, de qualquer ativo da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA)

As barras verdes indicam quem está comprando as ações, e as barras vermelhas indicam quem as está vendendo.

Desta forma, a cada final destas barrinhas o que se sabe é que muitas pessoas compraram ou venderam suas ações. Porém, somente se pode imaginar o que poderia acontecer na próxima barra, nunca pode-se afirmar categoricamente que o mercado vá tomar essa ou aquela direção.

Isso, só as próximas “barrinhas” nos contarão.

Gráfico IBOVESPA. Nele vemos em vermelho os acionistas vendendo suas ações e em verde os que as estariam comprando.”

“Gráfico IBOVESPA. Nele vemos em vermelho os acionistas vendendo suas ações e em verde os que as estariam comprando”

Então é que entramos em um campo delicado em 2018.

Se pararmos para pensar que tudo o que é esperado para 2019 é somente baseado no que vivemos até hoje, tomamos consciência de que algum incidente grave, principalmente que choque investidores internacionais deixando-os ariscos em seus investimentos no Brasil,  elevando as taxas de dólar, euro e petróleo bruto dentro do país, podem modificar radicalmente o que foi comentado até aqui.

Usando o exemplo do gráfico, podemos entender que as previsões para todos os setores são baseadas as ações do mercado consumidor. Porém, neste novo ano de 2019 teremos um fator externo ao comércio que colocou muitos investidores, produtores e fornecedores em alerta: a sucessão presidencial.

Temos um quadro muito parecido com o ocorrido em 2014, quando houve a reeleição da então Presidente Dilma Rousseff. O país estava dividido entre os que apoiavam o continuidade do governo e os que pediam pela mudança.

As mesmas solicitações aconteceram neste ano de 2018. Contudo, com um apelo emocional muito maior. Os índices de corrupção de 2014 para cá foram expostos e seus altos volumes tornaram-se públicos.

A sensação de injustiça flutuava pelos setores da sociedade e todos, mesmo com ideologias contrárias, buscavam a mesma coisa: O retorno do crescimento, tranquilidade, prosperidade e dignidade baseada na verdade. O fim da corrupção.

Por este motivo, o primeiro sinal que está piscando para o mercado internacional e que refletirá diretamente no nacional são as novas políticas e gestão do governo eleito.

Neste quesito agora, podemos apenas observar, tudo é incerto.

Sinal 2) Não esqueçam da crise nos transportes

Depois de tantos indícios satisfatórios da retomada do crescimento parece que ficou escondida na memória a lembrança daqueles tumultuados dias entre Maio e Junho de 2018.

Desabastecimento, preços abusivos, falta de itens básicos de higiene e alimentos, hospitais fechados, farmácias sem medicamentos. A lista é longa.

O que acontece quanto ao ano de 2019  já foi previamente discutido nesta postagem.

Como explicado ali, a tabela nacional do piso mínimo assim como os reajustes que garantiram melhores valores para o diesel terminam em  janeiro de 2019, data em que acontecerá a revisão do acordo e sua modificação poderá ser efetuada.

O sinal fica ligado aqui então para algumas ações que possam ter sido tomadas pelo atual governo para a contenção do estado de crise na ocasião, mas que aparentemente não tem sustentabilidade a longo prazo.

Esse problema atingirá em cheio a nova equipe econômica e pode, caso não lhe seja dada a devida atenção, nos trazer novamente aqueles dias tão problemáticos assim como modificar radicalmente as previsões de consumo, ganhos, crescimento, distribuição e abastecimento projetadas até aqui.

Um ano cercado de esperança e suspense

É assim que parece chegar 2019. Carregado de promessas e também compromissos, ele chega com questões complexas e radicais não temidas – e sentidas! – pelo povo desde a década de 60.

Estarmos atentos ao que o governo que sai está deixando e alertas, cobrando as resoluções destas questões do novo governo que chega, é a mais acertada forma de garantir que as especulações se tornem realidade, ou ainda melhor que ela!

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